domingo, 23 de novembro de 2014

Todas as Palavras de Amor - Ana Casaca

   Descobri a Ana C. através do seu blog e desde logo me tornei assídua seguidora. Ultimamente, a Ana C. não tem blogado muito e sinto falta das suas palavras. Quando recebo um update no feedly fico logo entusiasmada de ir ler as suas "crónicas".

   Na altura fiquei curiosa de ler o seu primeiro livro que carinhosamente já passeou comigo da Holanda à Áustria onde foi lido, veio em caixas de livros na mudança de país para Inglaterra e depois para a Austrália. Quando soube que ela tinha lançado mais um livro no ano passado entrou logo para a minha lista de compras! Encomendar livros de Portugal para entregar na Austrália é dispendioso e por isso esperei que uma mala de viagem me trouxesse as palavras da Ana.
Lone Pine Koala Sanctuary
   Li o livro de um tiro e com muito entusiasmo! Gostei dos desencontros, da busca de nós mesmos, das palavras que escrevemos e não dizemos, da rotina do dia-a-dia que vai apagando a luz do nosso viver. A Ana sabe escrever sobre o Amor. A Ana sabe fazer-nos sonhar com um Amor cúmplice onde as palavras são o instrumento e o porto seguro. A Ana sabe tocar-nos e agarrar-nos às páginas que escreve.
   
   Gostava de acreditar que na vida muito se poderia resolver em cartas de amor. Gostaria de acreditar que todos temos a capacidade de nos exprimir de uma forma tão cristalina como nas cartas de amor da Ana. Tristemente, não consigo... Talvez algo se tenha já quebrado em mim... E isso é, na minha humilde e leiga opinião, a única falha deste livro. As personagens tem todas elas uma voz semelhante e uma capacidade de expressão (mesmo aqueles que acusam esta lacuna) que não reconheço na vida real,  fora das página dos livros.

   O mais fascinante para mim é que através do blog e dos seus livros a Ana partilha connosco tanto de si, do seu mundo e do seu coração sem se expor de forma fortuita ou despropositada. Partilha o seu intelecto, o seu sentido de humor apurado e até o seu sarcasmo. Admiro o seu trabalho (ou aquilo que dele conheço) e desejo-lhe os maiores sucessos. Entretanto, a Ana já lançou um novo livro e tenho a certeza que uma edição me chegará em breve às mãos :D

   Well done Ana C :D

sábado, 15 de novembro de 2014

Fascínios do dia-a-dia

   Há duas coisas que eu adoro em mim mesma. A primeira é a capacidade de rir de mim própria. Eu sou a primeira a partilhar as minhas "aventuras" e a rir pela minha ingenuidade ou comicidade. Desastrada e acelerada como sou, vivo sempre situações caricatas e seria uma pena se perdesse tais oportunidades de riso ;-p A segunda é a capacidade de viver fascinada e feliz com pequenas coisas. Vivo constantemente fascinada pelo mundo à minha volta, fico boquiaberta a ver relâmpagos a iluminar o céu, um arco-íris, um pôr-do-sol e fico feliz com o cheiro de um bolo no forno, lençóis lavados na cama, um lugar de estacionamento à porta.
   Isto, porque viver neste país é viver fascinado pela Natureza, pela sua unicidade, pela sua magia. Ao fim de dois anos há muita coisa que se torna comum, até banal, mas para mim continua a ser especial. Sinto-me privilegiada por poder viver nesta comunhão com a Natureza no meio da cidade.

Ibis
   Como em Lisboa temos os pombos, aqui temos os ibis. São bem maiores mas andam por todo o lado. Em qualquer jardim ou esplanada lá estão eles a ver se lhes calham algumas migalhas. São inofensivos e convivem bem com os humanos, não têm medo de nós e aproximam-se quanto baste. 


Flying Foxes
  Estes morcegos da fruta são o máximo. Durante o dia só os conseguimos ver nos jardins, a dormirem escondidos, mas assim que o sol se põe é vê-los a sobrevoar a ruas das cidades. Voam baixo e é lindíssimo ver as suas asas enormes pretas passarem sobre nós. Como só comem frutas adoram ir a quintais onde há árvores ou pequenas hortas alimentarem-se. Isso claro, é uma chatice para quem quer proteger as suas colheitas. Há umas redes que se podem colocar nas árvores que impedem que eles comam tudo mas atenção que têm de ser uma redes específicas porque senão há o risco de eles ficarem presos e partirem as asas :-( Nós temos uma árvore no quintal que dá uma espécie de bagas na Primavera/Verão e à noite ouço as suas visitas. Se nos aproximamos fogem de imediato por isso deixo-os sossegados a encher a barriga.

Eastern Bearded Dragon
   Os lagartos, de toda a espécie, feitio e tamanho, vivem espalhados por todos os jardins da cidade. A entrada do nosso prédio é ajardinada e há dias estava lá um destes, bem grande, ao sol. Confesso que não sou fã de répteis e no início isto mexia comigo pois tinha medo. Agora lido bem com eles. São inofensivos, ficam na deles e até têm tendência para fugir se nos aproximamos.
   Existe contudo uma espécie pequena, os geckos, que me dão umas valentes dores de cabeça. Os sacanas fazem um barulho irritante, tipo qiqiqeqeqe, e enfiam-se no aparelho de ar condicionado do nosso quarto. Muitas vezes, acordo de madrugada com este barulho. Já tentei de tudo mas não me consigo livrar deles, até bolas de naftalina tentei...

Lorikeet

Kookaburra
 A passarada aqui é imensa, colorida, barulhenta e muito bonita. Os lorikeets são os meus favoritos, não só pelas suas cores mas pelas suas cantorias. Um canta, o outro repete e assim sucessivamente. São verdadeiras orquestras. As kookburras emitem um som, semelhante a um choro, que faz lembrar um macaco. Têm um bico enorme e são carnívoras. Em zonas de churrasco, é comum vê-las por perto à espera de uma distracção. Num voo rápido e sem hesitação levam salsichas e afins no seu bico. Já assisti a isso e é super engraçado! Excepto se for a nossa salsicha, claro ;-p

   Também muito comuns são os possums. Ao anoitecer é só olhar para as linhas de electricidade e lá estão uns quantos equilibrados tranquilamente, a deslizar quais artistas de circo. Assim que nos vêem param imediatamente que nem estátuas e assim ficam de olhos arregalados. Isso até deu origem à expressão "playing possum". 

   Outro animal que é comum ver pelas ruas e jardins e que para nós europeus é muito estranho são os perus! Sim, aqui há uma espécie de perus selvagens que se passeiam pela rua com o à-vontade de um humano. Há uns tempos tive um no quintal, a esburacar-me os canteiros em busca de comida. São como os ibis, não têm medo de nós, não nos fazem mal e andam sempre em busca de restos de comida.

  Já me habituei a ter estas criaturas a fazerem parte do meu dia-a-dia e confesso que acho o máximo! Fazem-me sentir mais em contacto com a Natureza e a cidade deixa de ser apenas blocos de cimento onde pessoas vivem aos magotes e onde os carros entopem as estradas.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

A loucura do Game of Thrones


   Quando ouvi falar a primeira vez achei que não seria o meu género, afinal não sou dada a fantasias e não gostei do Senhor dos Anéis (nada a ver!!)... A primeira temporada passou, com muito boas críticas mas eu não vi....
   Quando começou a segunda temporada, o Homer estava todo excitado e convenceu-me a ver. Gostei! Vi todos os episódios de seguida (1ª e 2ª temporadas) e fiquei presa à história, às intrigas, aos personagens. Achei a sombra que mata o Renly um bocado demais mas afinal já tinha aceite a presença dos dragões por isso....
   Terceira temporada... Red Wedding... boquiaberta... OMG isto promete!!!
   Quarta temporada, cada episódio, nova reviravolta! Eh pá isto está a ficar cada vez melhor! Raio do Joffrey que nunca mais morre, olha morreu!... Ai o anão que vai preso, ai o Mountain que está a levar a tareia que merece, ai caraças que o cérebro do príncipe explodiu! Olha, o velho que levou um tiro de besta na sanita!!!

   A série acaba e em conversa o D. conta-me que ficou completamente apaixonado pelos livros. Ele que adormece de cada vez que pega num livro (como é possível??!!) leu todos os livros num ápice (velocidade de não-leitor, claro!) e garante que são muito bons. Ainda por cima, o J. já me tinha arranjado os primeiro 4 e-books gratuitos...
   Bom, devorei (metade do tempo de D. ;-p) os 5 livros, 7 volumes, e posso dizer que adorei :D Mal posso esperar pelo novo livro!!! 

   A série é feita para o público americano por isso é condensada, muitas coisas são alteradas e inventadas, tais como as cenas de sexo da primeira temporada, a homossexualidade do Renly, a meretriz Rose, etc. Tudo para ter mais impacto visual! Os livros são escritos na voz dos mais diversos personagens, o que nos faz ver os mesmos eventos através de diferentes perspectivas e conhecer a fundo a complexidade de todos os envolvidos neste jogo pelo poder.
   As intrigas e a estratégia são o mais cativante, na minha opinião. E há todo um mundo que não nos é dito e que leva às mais diversas teorias. Quem é a mãe do John Snow? Será que o anão afinal tem sangue de dragão? Até onde vão os poderes do pequeno Bran?
   As surpresas são tantas, tantas! À medida que ia lendo os livros e afastando-me dos eventos retratados na série sentia-me que cada vez mais presa à história. Houve momentos em que tive de pegar no telemóvel e enviar mensagens ao D. sobre as revelações que ia descobrindo. Até raptei momentaneamente o  L., durante um jantar em Lisboa, para falar acerca dos livros e de todas aquelas coisas que os presentes que apenas vêem a série não sabem...
   A Anita dizia-me, e com razão, que quem não leu/lê os livros e apenas conhece a história retratada na série não sente estar a perder nada. Claro que faz todo o sentido mas depois de ser ler os livros não mais se olhará para a série da mesma maneira! É que os livros são mesmo mesmo muito bons :D